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Qual a relação do estresse com o infarto?

 

Costumamos ouvir que muitas enfermidades podem ser desencadeadas por motivos psicológicos, mas será verdade? Estresse, raiva, medo e depressão podem ocasionar doenças cardiovasculares? A resposta é sim, segundo o cardiologista Alvaro Avezum, diretor da Divisão de Pesquisa do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

Avezum explica que situações estressantes levam a produção de adrenalina e corticóides. “Tais substâncias geram arritmias, alteração da pressão arterial e aumento do risco de trombose e coagulação sanguínea. Tudo isso é um prato cheio para um infarto ou AVC”.

“Além disso, o estressado geralmente tem um estilo de vida inadequado. A maneira de ele enfrentar o estresse libera hormônios em quantidades inadequadas, o que também pode prejudicar o coração”, completa o especialista.

Tudo fica ainda mais complicado se o indivíduo possuir placas de gorduras nas paredes das artérias. Ao se romperem, as placas podem provocar infarto. E mais: se a pessoa é tabagista, substâncias do cigarro podem danificar os vasos e provocar coagulação sanguínea, que também são um risco de ataque cardíaco.

O médico explica que não é a presença do estresse isoladamente que pode levar a um evento cardiovascular, mas sim a nossa reação a ele. “Por exemplo, nós dois podemos estar diante de um evento estressor, seja uma perda familiar, um divórcio ou desemprego. Eu digo que tudo vai depender do enfrentamento, ou seja, como você vai lidar com a situação. Se for possível administrar isso, virar a página, você teve um enfrentamento positivo. Agora se você ficou ressentido, não conseguiu digerir, sofre bastante, você teve um enfrentamento negativo”.

Mas não é tão simples assim virar a página ou “esfriar a cabeça”. O cardiologista explica que cada pessoa precisa encontrar seus métodos para conseguir lidar melhor com as adversidades causadoras do estresse. “Alguns se apegam a espiritualidade, outras preferem recorrer à atividade física. Tem gente que se sente melhor fazendo psicoterapia. Dessa maneira, nem o coração nem o cérebro adoecem”.

Segundo o médico, fatores emocionais devem ser um ponto de atenção importante. “O estresse tem o mesmo peso de um diabetes ou colesterol alto. Prevenção e gerenciamento de estresse e depressão são fundamentais para prevenção de doenças cardiovasculares”.

 

Fonte: site Coração Alerta

12/02/2015
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