Serviços

Especialidades

  • Cardiologia

    Cardiologia é a especialidade médica que diagnostica e trata as doenças relacionadas ao coração e aos componentes do sistema circulatório - músculo cardíaco, válvulas e sistema elétrico de condução.
    O médico especialista em Cardiologia é o profissional da área da saúde indicado para auxiliar as pessoas também na prevenção de doenças que atingem o coração por meio do controle da pressão arterial, controle do colesterol, realização de exercícios, entre outros.

  • Cirurgia Geral

    Cirurgia Geral é a especialidade médica que atende pessoas portadoras de doenças de ordem aguda ou crônica cujo tratamento exige a abordagem cirúrgica. É uma área complexa que envolve diversos procedimentos diferentes.
    O médico especialista em Cirurgia Geral atua nas mais variadas áreas da medicina - Cirurgia de Urgência e Trauma, Cirurgia Laparoscópica, Cirurgia do Aparelho Digestivo, Cirurgia Endócrina (Obesidade), Cirurgia Oncológica, entre outras -, além de ser o profissional habilitado para tratar de doenças com diagnóstico cirúrgico.

  • Cirurgia Torácica

    Cirurgia Torácica é a especialidade médica que realiza o tratamento cirúrgico de doenças pulmonares e torácicas que atingem pulmões, brônquios, traqueia, diafragma, parede torácica, esôfago e mediastino.
    Para diagnosticar ou curar uma doença, o médico especialista em cirurgia torácica pode realizar grandes intervenções ou procedimentos pouco invasivos, conforme a doença e avaliação dos danos causados pela patologia que acomete cada pessoa.

  • Pneumologia

    Pneumologia é a especialidade médica responsável por cuidar das estruturas do organismo que compõem o aparelho respiratório (pulmões, traqueia e brônquios), cuja função é transportar o ar para os pulmões.
    O médico especialista em pneumologia é quem diagnostica, trata e acompanha pessoas acometidas por doenças pulmonares e respiratórias como Ronco e Apneia do Sono, Asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Pneumonias, Tuberculose, entre outras.

  • Ronco e Apneia do Sono

    O Ronco e a Apneia do Sono são doenças que, além de transtornos sociais e psicológicos, podem gerar consequências físicas em quem as detém (hipertensão, arritmias cardíacas e AVC). O diagnóstico é feito pelo médico especialista em pneumologia e distúrbios do sono que realiza exame físico da boca, pescoço e garganta, e investiga sobre a sonolência diurna, qualidade do sono e hábitos noturnos da pessoa avaliada. Exames complementares, como a polissonografia, podem ser solicitados para complementar a avaliação. O exame é feito enquanto a pessoa dorme. A partir das informações obtidas o pneumologista define o melhor tratamento para cada caso.

Exames

Exames

 

NOVO: Teste de caminhada

 

O teste da caminhada dos 6 minutos (TC6) avalia a capacidade funcional de um indivíduo, ou seja, a habilidade do paciente para caminhar. Ele mede a distância que o paciente consegue caminhar durante 6 minutos.  

Para a realização do teste, o paciente é instruído a seguir sua rotina habitual de remédios e de alimentação (exceto em situações específicas determinadas por seu médico) e deve estar vestido com roupas confortáveis e sapatos adequados para caminhadas.

Caso seja necessário, o paciente pode fazer uso dos equipamentos de auxílio que utiliza habitualmente, tais como bengalas, muletas, andador ou até mesmo oxigênio suplementar.

NOVO: Teste de Broncoprovocação  

O teste de broncoprovocação é uma ferramenta eficaz no diagnóstico da asma brônquica oculta, tosse persistente e dispneia sem origem definida. Também quando há história de “chiado” induzido por agentes ambientais e/ou ocupacionais.

Trata-se de um teste simples e seguro, que utiliza uma provocação inespecífica, através da nebulização de uma droga que pode induzir broncoespasmo controlado, ou seja, a musculatura em volta dos brônquios se fecha mais depressa devido à hiper-responsividade brônquica. Esse broncoespasmo, nem sempre percebido pelo paciente, é detectado e quantificado pelo equipamento, sendo possível caracterizar ou não a doença.

                  

Teste Alérgico

Os testes alérgicos são de fácil execução, indolores e de rápida interpretação. O Prick Test é o mais usual e consiste numa leve perfuração na pele do antebraço, através de um puntor, sendo aplicada uma gota do alérgeno.

Esta aplicação pode resultar, após 20 minutos, no desenvolvimento de uma reação parecida com uma picada de pulga ou mosquito, ou seja, o local da aplicação fica vermelho, incha e aparece uma elevação mais clara no centro, chamada de pápula. Se isto ocorrer, significa que o paciente pode ser alérgico ao alérgeno aplicado no local.

 

Exame de Eletrocardiograma 

O Exame de Eletrocardiograma (ECG) é feito para avaliar a atividade elétrica do coração e detectar doenças cardíacas por meio do eletrocardiógrafo, um aparelho que registra o ritmo do coração e o número de batimentos por minuto.
O Exame é realizado com a pessoa deitada em uma maca, de barriga para cima, o que facilita a colocação dos eletrodos em diferentes pontos do corpo -  braços, pernas e tórax - para verificar possíveis variações na atividade cardíaca. Nessas áreas, a pele deve estar limpa. Em alguns casos, é preciso depilá-las para facilitar a aderência dos eletrodos.
Acionada pelos estímulos do coração, uma agulha com tinta movimenta-se sobre uma tira de papel termo sensível numa velocidade padrão constante para registrar graficamente os batimentos cardíacos. 
O Eletrocardiograma deve ser executado periodicamente, a partir dos 40 anos. A partir dele podem ser solicitados outros exames, mais específicos, se necessário.
Antes de se submeter ao Exame é preciso que a pessoa tenha descansado por pelo menos 10 minutos, não tenha fumado há pelo menos 40 minutos e esteja calma. 

Exame de MAPA

O Exame de MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial) facilita o diagnóstico e acompanhamento das pessoas com problemas de pressão arterial. É utilizado para estimar a média das pressões durante o período total do Exame, o período em que a pessoa está acordada e o período do sono, além de avaliar a diminuição da pressão arterial durante o sono, picos de pressão ou quedas da pressão arterial. 
A Monitorização é feita por meio de um dispositivo colocado na cintura da pessoa submetida ao Exame que infla uma bolsa de borracha, chamada de manguito, instalada no braço. A pressão arterial é verificada a cada 15 ou 20 minutos, no decorrer do dia, e a cada 20 ou 30 minutos à noite, por um período de pelo menos 21 horas. Neste intervalo a pessoa realiza as atividades rotineiras, com exceção de exercícios físicos e banho. Também deve preencher um diário de atividades no qual anota os horários em que dormiu, acordou, almoçou, jantou, assim como eventuais sintomas e atividades ou eventos importantes. A prática esportiva deve ser evitada nas 24 horas que antecedem a realização da MAPA e durante o monitoramento. 
Quando o aparelho está em funcionamento, o braço em que está o manguito deve permanecer relaxado e esticado ao lado do corpo. É recomendado que se evite dormir sobre o braço com o manguito.

Exame de Holter

O Exame de Holter é utilizado para investigar e codificar arritmias e disritmias cardíacas, entre outras doenças coronárias, e auxiliar na prescrição do melhor tratamento a ser adotado em caso de confirmação do diagnóstico.
Consiste em um gravador, carregado na cintura como um telefone celular, que permanece conectado ao tórax da pessoa avaliada por meio de cabos e eletrodos especiais que permitem registrar o batimento cardíaco por 24 horas, sem intervalo. O aparelho verifica como o coração responde às atividades normais, ou em alguns casos, à medicação cardíaca.
A pessoa submetida ao exame segue a rotina cotidiana e recebe um diário para anotar as atividades desenvolvidas e os sintomas apresentados durante o período de avaliação. As informações são repassadas ao médico cardiologista para análise.
Antes do Exame é preciso evitar o uso de cremes ou pomadas sobre a pele do tórax por 48 horas. Durante, não é permitido banho ou atividades que molhem os cabos ou os eletrodos. A água pode danificar o equipamento e causar a perda dos dados coletados. É recomendado o uso de roupas largas ou camisas abertas na frente para facilitar a colocação do aparelho. Nos homens, pode ser necessária a raspagem dos pelos do tórax no local de fixação dos eletrodos.

Exame de Espirometria

Espirometria é um teste que mede a quantidade de ar que uma pessoa é capaz de inspirar ou expirar a cada vez que respira, ou seja, a quantidade de ar que um indivíduo é capaz de colocar para dentro e para fora dos pulmões e a velocidade com que o faz.

A espirometria é um exame não invasivo e indolor, que dura cerca de meia hora.

Preparo para o exame

# O paciente deve estar em repouso por cinco a dez minutos antes do exame.

# Não é necessário jejum, mas não devem ser usados chás, cafés ou bebidas alcoólicas cerca de seis horas antes do início do exame.

# Não se deve fumar nas duas horas que antecedem o exame.

# A espirometria não deve ser realizada caso a pessoa esteja gripada ou resfriada.

# Medicações que não devem ser administradas:

 *4 h antes do exame – Salbutamol e fenoterol spray;

*12h antes do exame – formoterol e salmeterol (Foraseq, Alenia, Symbicort, Seretide);

*24h antes do exame – Tiotropio e Indacaterol (Spiriva Respimat e Ombrize).

Indicações da espirometria?

Diagnosticar ou acompanhar a evolução de doenças pulmonares e para avaliar a capacidade pulmonar em pré-operatórios ou mesmo em pessoas sadias que queiram aferir sua capacidade respiratória (atletas, por exemplo).

Em paciente com doenças pulmonares, a espirometria, feita periodicamente, serve para avaliar o efeito do tratamento médico.

Passo a passo do exame

  • Sentado, o paciente deverá respirar através de um bucal conectado ao espirômetro. Como não se pode desperdiçar o ar que o paciente está respirando, uma presilha de borracha tapará o nariz enquanto o paciente respira pela boca.
  • O técnico pode pedir:
  1. Respirar tranquilamente por algum tempo.
  2. Encher o peito completamente.
  3. Assoprar com o máximo de força e rapidez possível, até que o técnico peça para você repetir o processo.
  4. O paciente deverá repetir o assopro pelo menos 3 vezes.
  5. Provavelmente também será necessário assoprar lentamente algumas vezes.
  6. Após a finalização desta primeira parte, o técnico pode pedir que o paciente use um “spray” broncodilatador e o teste será repetido novamente após 15-20 minutos.

Exame de Raio X do Tórax e dos Seios da Face

O Exame de Raio X dos Seios da Face consiste em uma imagem radiológica das cavidades cheias de ar na parte anterior do crânio. É realizado quando há a presença dos sintomas da sinusite ou outras desordens das cavidades da face.
O Exame de Raio X do Tórax é usado para diagnosticar diversas doenças que afetam a região e as estruturas do organismo localizadas próximas à ela: pulmões, coração, mediastino, pleura, diafragma e os ossos da caixa torácica(costelas, esterno e vértebras). 
O Raio X utiliza uma pequena dose de radiação para criar uma imagem que permite avaliar as condições de saúde de uma pessoa. É feito para verificar doenças ou anormalidades e pode ser solicitado para auxiliar no diagnóstico de doenças que apresentam diferentes sintomas.

Exame de Polissonografia

O Exame de Polissonografia é um teste utilizado no estudo dos distúrbios do sono. Geralmente é realizado à noite em pessoas com ronco, apneia do sono, dispneia noturna, sonolência excessiva durante o dia, problema de memória, hipertensão grave, sono agitado e que sentem que o sono não recarrega as energias. 
Pode ser feito em ambiente laboratorial ou na casa da pessoa para avaliar o padrão vigília/sono. Sensores são posicionados pela superfície do corpo para registrar simultaneamente a atividade elétrica cerebral (eletro-encefalograma), movimento dos olhos (eletro-oculograma), atividade dos músculos (eletromiograma), frequência cardíaca, fluxo e esforço respiratório, oxigenação do sangue (oximetria), ronco e posição corpórea da pessoa enquanto ela dorme. Os parâmetros verificados são interpretados posteriormente. Vários deles podem ser analisados: o tempo que o paciente demora para adormecer, a quantidade de sono e das diferentes fases de sono, o número de eventos anormais e teor de oxigênio no sangue.

Exames Laboratoriais

Os Exames Laboratoriais são um conjunto de exames e testes feitos a pedido do médico, em laboratórios de análises clínicas, que tem como objetivo confirmar ou ajudar a fazer o diagnóstico de alguma doença. Iniciam com a coleta do material a ser analisado – sangue, urina, fezes, entre outros - na própria Clínica, por uma enfermeira habilitada, e termina com a emissão de um laudo diagnóstico.
Alguns Exames Laboratoriais exigem preparação prévia para serem realizados. Por isso, é importante buscar orientação do profissional da área da saúde que os solicitou ou fará a coleta do material antes de se fazer os Exames.

Tratamentos

RINITE ALÉRGICA 

Rinite alérgica caracteriza-se pela presença de crises recorrentes de espirros, prurido nasal, coriza e obstrução nasal. Estes sintomas podem ser desencadeados por alérgenos inaláveis e por fatores irritativos à mucosa nasal, como ar frio, fumaça de cigarro e outros odores ou poluentes ambientais.

QUADRO CLÍNICO

Anamnese

A doença caracteriza-se pela presença de dois ou mais dos sintomas abaixo, ocorrendo por mais de uma hora na maioria dos dias:

Rinorreia - geralmente hialina, eventualmente mucoide;

Obstrução nasal - recorrente ou persistente;

Prurido nasal e espirros - geralmente em crises, desencadeadas pela exposição a fatores desencadeantes específicos (aeroalérgenos) e inespecíficos (irritantes e poluentes ambientais).

Os sintomas são reversíveis espontaneamente ou com tratamento. A rinorreia pode não se exteriorizar na forma de coriza, mas causar descarga nasal posterior, com sintomas de pigarro e tosse acentuados ao decúbito.

A perda da função nasal, levando à respiração oral crônica, pode causar sintomas como halitose, odinofagia recorrente e, nas crianças menores, prejuízos à fonação.

É importante questionar a frequência dos sintomas, na forma de número de dias contínuos nos quais estão presentes, e seu impacto na qualidade de vida, ou seja, o quanto os mesmos interferem nas atividades diárias do indivíduo (sociais, de lazer, escolares e/ou laborativas), assim como na qualidade do sono, pois como veremos adiante, estes dados são fundamentais para a adequada classificação da doença e o consequente estabelecimento de um plano terapêutico.

Geralmente há história pregressa e/ou familiar de doenças atópicas (rinite, asma e/ou dermatite atópica), o que reforça a suspeita clínica da etiologia alérgica do quadro.

Exame Físico

Estigmas de atopia podem estar presentes, e são mais comuns, mas não exclusivos, em crianças e adolescentes. Na ectoscopia: eczemátides ou ptiríase alba e ceratose pilosa ou folicular. Na face: "saudação alérgica" (ato de coçar o nariz friccionando-o no sentido superior com a palma da mão), olheira alérgica, dupla prega e edema palpebral, respiração bucal e rarefação de sobrancelhas.

DIAGNÓSTICO

É eminentemente clínico baseado na anamnese e exame físico. A recorrência dos sintomas e sua relação com fatores desencadeantes específicos (aeroalérgenos) presentes na poeira doméstica, ambientes com umidade/mofo, contato com animais domésticos ou ainda, na região sul do Brasil, nas estações com altas concentrações de polens em suspensão no ar ambiente (estação polínica) é altamente sugestiva. É importante lembrar que fatores irritativos também podem desencadear sintomas, devido a hiper-responsividade nasal induzida pela inflamação crônica da via aérea.

Desta forma, a identificação de IgE específica a alérgenos inaláveis (ácaros, fungos, animais domésticos, restos de insetos/baratas e outros), é fundamental para a confirmação da etiologia alérgica da rinite crônica. Os testes cutâneos de leitura imediata são amplamente utilizados para demonstrar uma reação alérgica mediada por IgE e são a maior ferramenta diagnóstica no campo da alergia. Realizados de modo adequado, fornecem uma evidência confirmatória para o diagnóstico de alergia específica. Para isso, recomenda-se que sejam realizados por profissional de saúde adequadamente treinado e com material adequado e extratos alergênicos confiáveis. A dosagem de IgE específica no sangue é importante quando não se pode ou não se consegue realizar os testes cutâneos, como em pacientes em uso crônico de anti-histamínicos ou crianças não colaborativas, mas tem menor sensibilidade e maior custo. A provocação nasal é mais usada em pesquisa, e pode ser útil no diagnóstico da rinite ocupacional.

Em lactentes pode ser difícil a confirmação diagnóstica baseada apenas no quadro clínico, mas os sintomas nasais com duração maior que 2 a 3 semanas indicam a investigação quanto a possibilidade de rinite alérgica.

Em situações onde predominam sintomas obstrutivos ou quando estes persistem após o tratamento inicial, e ainda, quando há suspeita de alterações anatômicas superpostas ao quadro alérgico, o exame minucioso da cavidade nasal pelo otorrinolaringologista, assim como a tomografia computadorizada de seios paranasais, tornam-se indispensáveis na abordagem diagnóstica.

Como a rinite está frequentemente associada com conjuntivite e rinossinusite crônica alérgica, assim como é um reconhecido fator de risco para asma brônquica, a anamnese e o exame físico, e se necessário os exames complementares, devem ser direcionados também para essas enfermidades.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Rinite idiopática ou vasomotora - início na idade adulta, sintomas preferencialmente relacionados com fatores não alergênicos (mudança climática, fumaça, odores fortes).

Rinite eosinofílica não alérgica - quadro clínico semelhante ao da rinite alérgica, mas sem demonstração de IgE específica para alérgenos, seja nos testes cutâneos ou pela pesquisa de IgE específica in vitro. O esfregaço nasal mostra predomínio de eosinófilos, assim como na rinite alérgica.

Rinite infecciosa/viral - causa mais frequente de rinite aguda, pode haver odinofagia, coriza inicialmente mucoide, evoluindo para esverdeada associada a sintomas gerais. Evolução autolimitada em dias.

Rinite gustatória - sintomas desencadeados apenas por determinados alimentos (muito quentes ou condimentados), mais comum em adultos e idosos.

Rinite por corpo estranho - principalmente em pré-escolares e geralmente unilateral, associada à coriza espessa e propensão à infecção secundária de difícil tratamento.

Rinite crônica atrófica - evolução insidiosa, sem crises esternutatórias ou prurido, geralmente com alterações do olfato, acomete mais adultos e idosos.

TRATAMENTO

O tratamento das alergias respiratórias geralmente inclui medidas de controle ambiental, farmacoterapia e imunoterapia em casos selecionados, numa abordagem "passo a passo" ou escalonada de acordo com a gravidade da doença.

Medidas de controle ambiental

A maioria dos estudos sobre como evitar alérgenos tem sido dirigida a sintomas de asma e muito poucos estudaram sua ação sobre os sintomas de rinite. Além disso, a maioria dos estudos concentra sua avaliação em medidas isoladas de controle ambiental, não conseguindo avaliar adequadamente o impacto das diversas medidas em conjunto, como acontece na prática clínica. Por isso muitos resultados controversos têm sido publicados nos últimos 10 anos em relação à eficácia do controle ambiental em alergia respiratória, mas a experiência clínica aponta para a utilidade destas medidas na rinite alérgica.

Evitar alérgenos, incluindo ácaros domiciliares deve fazer parte integrante de uma estratégia de cuidados ambientais. Estes cuidados incluem a retirada de tapetes, carpetes e cortinas, pois acumulam ácaros e fungos, uso de pano úmido na limpeza diária (sem varredura, para não dispersar no ar ambiente as partículas alergênicas da poeira), encapar colchões e travesseiros com material impermeável (para evitar o acesso à roupa de cama dos ácaros que colonizam a espuma dos mesmos) e evitar o contato com cães e gatos, além da fumaça de cigarro. As medidas relacionadas aos animais domésticos são as mais difíceis de serem implementadas quando os pacientes já os possuem em seu domicílio. Nesses casos, a limitação do acesso dos mesmos ao quarto de dormir e aos móveis estofados é uma alternativa mais fácil de ser alcançada.

Pacientes com rinite alérgica leve e intermitente, muitas vezes obtêm o controle prolongado e duradouro de seus sintomas após um curso breve de medicação tópica anti-inflamatória associado à implementação e manutenção do controle ambiental.

Há mais de 10 anos está disponível em vários países na Europa e América do Norte, agora também no mercado brasileiro, um pó de celulose micronizada para aplicação nasal, o qual, em contato com a mucosa, forma um gel que atua como barreira de proteção local. Estudos recentes demonstraram sua ação melhorando a função mucociliar, reduzindo a absorção de alérgenos de ácaros e a quantidade de marcadores inflamatórios (ECP) na mucosa nasal de pacientes com rinite alérgica sazonal ou perene, com consequente redução de escores de sintomas, do uso de medicações de alívio e melhora do pico de fluxo nasal inspiratório e expiratório. Essa estratégia pode constituir-se em uma importante arma adicional ao controle ambiental, ao reduzir efetivamente o contato e a penetração de alérgenos na mucosa nasal.

Farmacoterapia

Os medicamentos mais úteis na rinite alérgica são os anti-histamínicos orais ou nasais, usados apenas para alívio dos sintomas, e os corticosteroides nasais, usados em princípio por 4 a 8 semanas para controle do processo inflamatório e prevenção das crises. Raramente são necessários corticosteroides sistêmicos. Em crianças usando beclometasona por mais de 1 ano foi descrita diminuição da velocidade de crescimento, porém, estudos mais recentes demonstraram que doses de até 400 mcg de budesonida (ou doses equivalentes de outros corticoides tópicos como fluticasona, triancinolona e mometasona) se mostraram seguras em crianças maiores de 2 anos, sem efeitos sistêmicos significativos sobre o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e o crescimento e estatura final, mesmo em uso prolongado. Foi recentemente lançado no mercado brasileiro um novo sal de fluticasona (fuorato) que tem maior afinidade pelo receptor de glicocorticoide, aumentando sua eficácia local e seu perfil de segurança em relação a biodisponibilidade sistêmica, além de ter melhor efeito também sobre os sintomas oculares, frequentemente associados à rinite alérgica.

Os corticosteroides por via oral podem ser eventualmente necessários por poucos dias de uso em casos cuja obstrução e sintomatologia nasal é muito intensa. Os corticoides sistêmicos de depósito devem ser evitados em adultos e são contraindicados em crianças, devido ao grande risco de efeitos adversos sistêmicos.

O cromoglicato dissódico, um estabilizador de mastócitos com efeito comparável aos corticosteroides em baixas doses, é uma opção de uso a longo prazo em crianças menores de 2 anos, quando se deseja evitar a corticoterapia. O brometo de ipratrópio, um anticolinérgico tópico, tem eficácia na redução da coriza, mas não está mais disponível em nosso meio para uso tópico nasal.

Descongestionantes sistêmicos ou tópicos podem ser usados em exacerbações ou durante infecções de vias aéreas superiores, mas sempre por períodos não superiores a 5 dias, devido a seu efeito rebote e o consequente risco de indução de alterações vasculares medicamentosas com o uso prolongado.

Mais recentemente os antileucotrienos foram incluídos como uma alternativa terapêutica de fácil administração (via oral) e posologia (dose única diária) em crianças maiores de 6 anos com rinite alérgica, que não se adaptam ao uso de corticoides tópicos e têm asma brônquica e/ou conjuntivite alérgica associada à rinite. Na rinite alérgica isolada, estudos iniciais sugeriram eficácia semelhante aos anti-histamínicos, mas revisões sistemáticas recentes indicam que sua eficácia é superior apenas ao placebo, e é muito limitada se comparada aos corticoides tópicos nasais, e por isso não devem ser a primeira escolha.

Imunoterapia

A imunoterapia consiste na administração repetida de doses progressivamente crescentes de alérgenos aos quais o indivíduo é sensível, até que se atinja uma dose de manutenção que alcance eficácia clínica, com redução de sintomas e diminuição da necessidade de medicamentos.

Estudos controlados com vacinas de alérgenos de ácaros, fungos do ar, polens e de animais domésticos demonstraram sua eficácia na rinite alérgica, tanto na diminuição da frequência e intensidade de sintomas, quanto na redução do uso de medicamentos para controle ou para alívio de crises. Alguns estudos também demonstraram efeito protetor para o desenvolvimento posterior de asma em crianças.

Em geral, pacientes com sintomas persistentes, independentemente da gravidade da doença, são os que mais se beneficiam da imunoterapia. Deve ser indicada, administrada e acompanhada por especialista em alergia e imunologia clínica, pois é necessário usar material padronizado e de origem confiável, adequar o esquema terapêutico a cada caso, e identificar e tratar reações adversas de forma adequada.

Não deve ser iniciada em crianças antes de 2 anos de idade, sua eficácia é menor em idosos, e a duração ótima do tratamento ainda não foi estabelecida, mas recomenda-se entre 3 e 5 anos de tratamento para os pacientes que obtiveram boa resposta no primeiro ano. Estudos demonstraram persistência dos efeitos clínicos alcançados por até 5 ou mais anos após a suspensão do tratamento, e em crianças pequenas com rinite alérgica, mostrou-se eficaz em reduzir a ocorrência posterior de asma. Em nossa experiência temos observado pacientes que alcançam períodos de mais de 5 anos de remissão de sintomas após o término da imunoterapia específica.

Mais detalhes sobre a eficácia e mecanismos de ação da imunoterapia específica com alérgenos estão descritos em outro capítulo.

PROGNÓSTICO

Não há cura para a rinite alérgica. Quando adequadamente diagnosticados e tratados, o que inclui a identificação correta da gravidade da doença e de suas comorbidades e uma abordagem diagnóstico-terapêutica ampla, com utilização adequada das diversas modalidades terapêuticas anteriormente descritas, a maioria dos pacientes com rinite alérgica tem ótimo prognóstico, evoluindo para remissão dos sintomas por períodos prolongados, com menor uso de medicamentos e melhora da qualidade de vida.

Ainda não estão disponíveis indicadores precisos para identificação dos pacientes com rinite que evoluirão para asma brônquica. Entretanto, sabe-se que, além da presença precoce de IgE específica para alérgenos, a história prévia de sibilância associada a infecções virais nos primeiros anos de vida e a história familiar de atopia e asma, particularmente a história materna de asma, são marcadores de risco para a ocorrência de asma brônquica. Desta forma, o controle da rinite alérgica provavelmente é uma medida preventiva eficaz em relação ao desenvolvimento de asma nesta parcela de pacientes.

Vacinas

Vacinas

Meningite C

Número de doses: 3

Quando aplicar (idade): 3 meses  / 5 meses / 12 meses

Que doença(s) previne: Meningite causada por meningococo tipo C

Transmissão da doença: através de vias respiratórias

Meningite Acwy  

A vacina meningocócica conjugada ACWY é a vacina que deve ser preferida para os reforços do segundo ano de vida e para a vacinação de crianças maiores, adolescentes e adultos. A importância desta vacina reside no fato de que muitos países, inclusive o nosso, vêm observando aumento na incidência de casos de doença meningocócica pelo sorotipo W. Além disso, em muitos países o risco de infecção pelos tipos A, W e Y é maior que no Brasil, de modo que esta vacina se torna excelente opção para viajantes.

Hexavalente  

Número de doses: 3

Quando aplicar (idade): 2 meses  / 4 meses / 6 meses

Que doença(s) previne: A Vacina hexavalente (Hexa Infanrix) protege contra Difteria, Tétano, Coqueluche, Poliomielite, Haemophilus  tipo B e Hepatite B

Febre Amarela

A vacina contra febre amarela é constituída de vírus vivos atenuados, apresentada sob a forma liofilizada em frasco de múltiplas doses, acompanhada de diluente (soro fisiológico).

Ela é indicada a partir de seis meses de idade nas áreas endêmicas (onde há casos entre humanos). Nas regiões onde há casos de febre amarela entre macacos (áreas enzoóticas ou epizoóticas), mas não em seres humanos, a vacina é utilizada a partir dos nove meses, simultaneamente com a vacina contra o sarampo. Para indivíduos que vão viajar para regiões endêmicas ou enzoóticas (deve ser aplicada dez dias antes da viagem).  

Varicela

A vacina combate o vírus causador da catapora e é feita com o vírus varicela-zoster atenuado. Ela não é considera obrigatória e não está incluída no Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. Em 2013 ela foi adicionada àvacina tríplice viral, formando a vacina tetra viral e passou a ser oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

DTPA

A vacina Tríplice Bacteriana Acelular (DTPa), proteção contra coqueluche, difteria e tétano. A dTpa é recomendada para grávidas após a 20ª semana de gestação para a proteção dela e do bebê contra a coqueluche, e deve complementar a vacinação contra tétano. Para o adolescente, ela deve ser aplicada aos 11 anos como reforço, já que as primeiras doses são indicadas quando criança. E em adultos, a aplicação da dTpa é recomendada principalmente visando a proteção da coqueluche, doença que teve aumento do número de casos nos últimos anos.

Triplíce Viral

Número de doses: É realizada dose única aos 12 meses com reforço aos 15 meses. 

Quando aplicar (idade): Indicada a partir dos 12 meses. Recomenda-se reforço aos 15 meses, juntamente com o primeiro reforço da vacina tríplice bacteriana e da vacina contra a poliomielite.

Que doença(s) previne: A vacina tríplice viral protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. Todos os três componentes desta vacina obrigatória são altamente imunogênicos e eficazes, dando imunidade duradoura por praticamente toda a vida. A proteção inicia-se cerca de duas semanas após a vacinação,

Gripe

A vacinação é o principal meio de prevenção da gripe e de redução do impacto das epidemias, pois diminui o risco de infecção com o vírus influenza e suas complicações.
A recomendação é a de que se tome a vacina anualmente, para que a imunidade seja duradoura e abrangente para os tipos virais que circulam a cada ano. 
A melhor época para se vacinar é durante o outono, até junho, para que os níveis de anticorpos estejam adequados quando o inverno chegar. A proteção contra a gripe começa a surgir 15 dias depois da vacinação e está completa após aproximadamente 45 dias. É eficaz em cerca de 89% dos casos e muito segura.
Todas as pessoas com mais de 6 meses de idade devem ser vacinadas. Idosos a partir dos 60 anos, cardiopatas, diabéticos, gestantes a partir do terceiro mês, profissionais de saúde, indivíduos com problemas pulmonares, AIDS, doenças renais crônicas e quem tiver contato com indivíduos que se enquadram no grupo de risco, para que estes não sejam transmissores da doença para familiares, têm preferência na vacinação.

Pneumocócica 23

A Pneumocócica 23 é uma vacina que reduz o risco de infecções graves causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, responsável por doenças graves como pneumonia, meningite, infecção generalizada no sangue e até morte. Além disso, diminui a transmissão da bactéria de uma pessoa para outra.
A vacina age estimulando o organismo a produzir anticorpos contra a doença. O efeito da vacina aparece de duas a três semanas após a aplicação e dura por pelo menos cinco anos, podendo chegar a até 10 anos.
É recomendada para crianças acima de dois anos e adultos com alto risco de desenvolver doenças ou complicações decorrentes da infecção pneumocócica. Detém entre 60% e 80% de eficácia em pessoas com o sistema imunológico normal, inclusive idosos.

Prevenar 13

A Prevenar 13 é indicada na prevenção de doenças graves como a meningite, septicemia, pneumonia com bacteriemia, pneumonia e otite média aguda causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae, em crianças desde as 6 semanas até os 5 anos de idade.
A vacina age estimulando a produção de células de memória do sistema imunológico, capazes de identificar os agentes infecciosos e defender o organismo deles mais rapidamente. Além disso, a Prevenar 13 é a única que contém proteção a quase 100% dos sorotipos atualmente associados à chamada resistência à penicilina.

HPV

A vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV) estimula a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. É recomendada para mulheres a partir dos 9 anos, sem limite de idade. Homens entre nove e 26 anos, em função do risco de câncer anal, também recebem indicação para a vacinação. Nas mulheres, a imunização previne o câncer de colo do útero, sendo 93,2% eficaz na proteção contra as lesões pré-cancerosas.
A vacinação é aconselhável antes do início da atividade sexual, mas as pessoas que já iniciaram também devem receber a vacina. E mesmo quem já tenha contraído o HPV pode se vacinar, pois permanece susceptível à infecção por outros sorotipos.
É importante lembrar que a vacina não dispensa o exame preventivo das mulheres e o sexo seguro, porque não protege contra todos os tipos de HPV e nem de outras doenças sexualmente transmissíveis.

Hepatite A

A vacina imuniza contra o vírus VHA, causador da hepatite e tem eficácia entre 94% e 100%. 
Normalmente é indicada para crianças e administrada a partir de indicação médica em pessoas com doenças hepáticas crônicas, portadores crônicos de hepatites B ou C, problemas de coagulação, crianças com menos de 13 anos com HIV, adultos portadores de HIV e das hepatites B ou C, doenças genéticas ou trissomias, como a Síndrome de Down, pessoas com fibrose cística, candidatos a transplante de órgão, transplantados e doadores de órgão ou de medula óssea, pessoas com doenças do sangue e imunodeprimidos.
A vacinação em crianças é feita em duas doses. A primeira é dada aos 12 meses de idade e a segunda aos 18 meses. Em adultos, é importante que a segunda dose seja dada sempre 6 meses depois da primeira.

Hepatite B

A vacina contra hepatite B é uma vacina desenvolvida para a prevenção da infecção pelo vírus da hepatite B. Injetável, induz o organismo a formar anticorpos contra o vírus causador da doença.
É administrada em três doses, com um intervalo entre cada uma delas. Caso o intervalo entre as doses tenha sido ultrapassado, não há necessidade de recomeçar o esquema, apenas completá-lo. 
O Programa Nacional de Imunizações recomenda atualmente a vacinação universal das crianças contra hepatite B. Outros grupos priorizados para a vacinação são os grupos de risco, compreendendo hemofílicos, usuários de hemodiálise, portadores de outras doenças que implicam alto risco de transfusões de sangue ou utilização de produtos sanguíneos, profissionais de saúde e pessoas com comportamento sexual de risco, que mantêm relações sexuais com muitos parceiros e sem usar preservativo.

Rotavírus

A vacina protege contra as gastroenterites causadas pelo Rotavírus. É indicada para crianças com menos de seis meses.
A aplicação é via oral, em mais de uma dose, sendo necessário um intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.

Responsável Técnico: Dr. Fabio Daniel Mendes | CRM: 13047